terça-feira, 13 de maio de 2008

Marcha da Maconha?

Dilemas, dilemas e mais dilemas.
Inventaram agora a Marcha da Maconha, (chame do que quiser) como se não bastasse a inutilidade toda dos últimos episódios, épicos, da nossa grande mídia, agora temos uma marcha em prol da legalização da cannabis sativa com desculpas de uso medicinal, aparentemente baseadas em opiniões nada empíricas.


Nada empíricas porque de acordo com um estudo publicado na Archives of General Psychiatry em junho de 2000, realizado pelo Institute of Medicine, (que teve como autores o Dr. Stanley J. Watson, o Dr. John A. Benson e a Dra. Janet E. Joy) chegou a "conclusões nada conclusivas" sobre a antiga (ainda) lenda (http://www.infoescola.com/redacao/mito-ou-lenda/) do uso medicial da maconha. De acordo com o estudo, o uso medicinal da "erva maledita" está diretamente relacionado com a extração e desenvolvimento de substâncias puras e não ao consumo na forma de fumo. Portanto, nobres participantes da Marcha da Maconha, é melhor assumir as reais intensões ou fundar logo uma religião, do que se basear em argumentos lugar-comum como os que estão publicados em diversos lugares por aí.


Claro que, o estudo comprovou a eficiência da cannabis em algumas situações, (enfatizando novamente: a eficiência científica não está relacionada ao consumo na forma de fumo) mas nada de alarde: Existem diversas outras substâncias capazes de produzir os mesmos efeitos e de forma mais eficiente, e melhor, essas substâncias provavelmente não podem ser fumadas. Uma síntese do estudo pode ser lida em http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm?LibDocID=3677.


O intuito desse texto não é discriminar a planta, coitadinha, nem os usuários da mesma, mas expressar o descontentamento com a ignorância que se instala em um piscar de olhos. Basta um mal intencionado expor opiniões virtualmente embasadas para que uma corja siga suas palavras como se fosse um cânone. Isso não acontece só quando a "carapuça serve", acontece em casos muito mais delicados, quando a opinião pública deveria buscar argumentos e acaba seguindo o primeiro que é publicado, analisando somente um lado ou, como na maioria das vezes, nenhum lado da história. O Brasil inteiro passa por situações semelhantes o tempo todo, para citar o mais recente e óbvio, o caso Isabella. A maneira como o caso foi conduzido desde o princípio mostra com a mais brilhante evidência, como atrapalhar uma situação publicando-a de forma tendenciosa e sob uma chuva de palavras tocantes. Sem falar no sem-número de desocupados fingindo preocupação, alguma semelhança com a "Marcha da Erva"?

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