domingo, 11 de maio de 2008

A Coragem

Coragem não é ausência do medo, ou a simples habilidade de lidar com ele. Coragem é a presença de objetivos e direções, é algo que começa pequeno e indetectável, mas que é alimentado dia-a-dia e quando cresce, cresce forte e enraizado, até tornar-se parte inseparável do ser.


É sempre mais fácil dizer absurdos incompreensíveis sobre a coragem quando não se tem, ou quando se deseja te-la. É difícil admitir que tal qualidade não é tao humana quanto parece, e é mais difícil ainda admitir que a coragem brota somente em alguns, ela não é geral e não é "alcansavel", como todos gostariam que fosse.


A existência desse tão nobre sentimento, não se dá ao acaso, e talvez não seja tão bonita quanto nos heróis romanescos, a coragem é sempre invisível, até que se mostre necessária. Mas quando isso acontece, não existe câmera lenta e nem pensamentos, não existe ordem de acontecimentos, existe o caos e as atitudes impensadas, que de tão bem alimentadas, são intrínsecas no corajoso. São meros reflexos inconscientes, que de tão bem definidos, podem ser observados e classificados como complexos, pensados, mas não o são.


Pode existir o que chamam de coragem em situações momentâneas, que exigem uma espécie de decisão não planejada ou que não faça parte do tipo de decisão que determinado ser tomaria. Talvez nestas situações a coragem seja o domínio do medo, que é aplacado em benefício maior, a diferença entre esse tipo de situação e a coragem é que essas decisões são visivelmente pensadas e depois decididas, situações de coragem já começam decididas, não são pensadas em momento algum. Um homem que pula de um penhasco na água para se divertir, tomou uma decisão pensada e avaliada, uma mãe que tenta salvar o filho do afogamento, no mesmo penhasco, não pensaria ao pular e nem depois de pular.


A William Wallace Tribute.

Nenhum comentário: