quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Relação Transital Simbiótica

Estive pensando a respeito, durante alguns segundos, perdi mais tempo escrevendo, das relações que estabelecemos com nossos "semelhantes" no trânsito e percebi a possibilidade da simbiose transital. O que crescemos escutando, na verdade, não passa de balela: 

  •     No trânsito você deve cuidar de você e dos outros
  •     Não passe da velocidade permitida
  •     Fique calmo(a) em engarrafamentos

    Existe, apesar das colocações acima, uma relação de confiança muito grande entre os loucos motoristas do dia-a-dia. Visualizem uma rua lotada de carros, com quatro pistas, cheia de luzinhas traseiras piscando, luzes de freio sendo acendidas, pisca pro lado direito, pisca pro lado esquerdo, buzinas, semáforos. Se você resolve que quer chegar rápido, precisa passar por todos esses carros certo? Então começa a acelerar e vai costurando habilmente, como se fosse uma verdadeira costureira, passa um, dois, três, troca de pista, olha torto pro homem que está no carro ao lado, dá um sinal de luz, uma buzinadinha e de repente, você percebe que está fazendo exatamente o que quase todos estão fazendo e é aí, que está a beleza da coisa.

    Você percebe que existe um padrão de baile no trânsito e enquanto você vai fazendo a sua fila costurada, o sujeito ao lado vai fazendo a dele, e por várias vezes, vocês fizeram suas filas inter dependendo um do outro, lembra quando passaste o último carro? O lentão? O sujeito do seu lado esquerdo mudara de pista quinze segundos antes, se isso não acontecesse você estaria preso atrás do cuzido ainda, o que acha?

    Aquela loucura transital já não é tão loucura, a partir do momento em que todos querem a mesma coisa, ou parte da mesma coisa. É estabelecida uma relação de igualdade entre os motoristas, perseguidores de um mesmo ideal, lutadores da mesma causa; a causa de chegar trinta segundos antes.

Nenhum comentário: